A Tomografia Computadorizada (TC) emite radiação ionizante, o que sempre representa uma preocupação em crianças e mulheres grávidas pelo risco potencial de desenvolvimento de tumores e de má-formações. Embora esse risco real não seja precisamente conhecido e não haja comprovação de tumores ou má-formação provocados pela exposição fetal com as técnicas mais modernas, a TC deve, sempre que possível, ser evitada em gestantes, especialmente nos três primeiros meses. Desta maneira, a TC será sempre a última opção para a investigação de doenças em gestantes. Raramente, poderá ser feita, pesando os riscos e benefícios, tomando algumas medidas para reduzir o máximo a dose de radiação. Não há, até o momento, comprovação de problemas fetais relacionados ao uso de contraste iodado da TC. Portanto, se chegar ao ponto onde é necessário a realização de TC em uma paciente grávida, geralmente deve ser realizada com contraste para esclarecer o diagnóstico com a menor exposição possível à radiação.
A Ressonância Magnética (RM) não utiliza radiação ionizante, mas sim campo magnético. Não há evidência de que haja má-formação fetal, aumento do risco de câncer ou abortamentos relacionados com a exposição de gestante aos exames de RM de 1.5. Entretanto, por precaução, é desejável que o exame não seja realizado nos três primeiros meses. Assim sendo, a RM é um exame útil, por vezes essencial para o diagnóstico em algumas situações, podendo ser realizado com segurança em pacientes gestantes. Pode ser utilizado tanto para a avaliação de problemas com a gestante, como na suspeita de apendicite, cólica renal (pedra), tromboembolismo pulmonar, derrame (AVC), tumores, entre outros; problemas do útero e placenta, como acretismo placentário (quando a placenta invade muito a parede do útero); e problemas do feto, como em suspeitas de má-formações neurológicas, pulmonares, renais e tumores. Geralmente evitamos a utilização do contraste na RM pois, ao contrário da TC, a RM é conclusiva mesmo sem contraste na maioria dessas condições.
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